O preço dos bens alimentícios básicos reduziu em 13 cidades neste mês de setembro. De acordo com pesquisa divulgada ontem (6) pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Apesar de apresentar um dos maiores aumentos (10,92%) nos nove primeiros meses deste ano, Salvador continua com uma das cestas básicas mais baratas do país: R$ 297,07. Mais uma vez, Porto Alegre ficou com a cesta com maior custo: R$ 385,70.
De acordo com o Dieese, as maiores quedas foram apuradas em Belém (-4,56%), Fortaleza (-3,88), Recife (-3,50%) e Goiânia (-2,96%). Já as maiores baixas foram registradas em Belo Horizonte (0,23%), Curitiba (0,44%), Rio de Janeiro (0,74%(, Vitória (0,99%) e Florianópolis (2,77%).
A segunda cesta de alimentos mais cara do Brasil foi constatada em São Paulo (R$ 383,21), seguido de Florianópolis (R$ 383,10) e Rio de Janeiro (R$ 362,90). Salvador perde apenas para outras duas cidades que costumeiramente apresentam os menores valores: Aracaju (R$ 280,26) e Natal (R$ 282,72).
Dos bens alimentícios, estão mais caros o pão francês, café em pó, manteiga, carne bovina e batata. “Apesar da expectativa recorde na safra mundial e nacional de trigo, principal insumo do pão, existe a necessidade de importar do grão. Com a desvalorização do real frente ao dólar, o trigo ficou mais caro, o que tornou mais elevado o custo do pão francês”, explicou o Dieese.
Na capital baiana e em demais capitais do Norte/Nordeste, a cesta básica tem seu cálculo composto por 12 produtos, conforme definido pelo Decreto-Lei nº 399 de 30 de junho de 1938. O custo da alimentação básica da família toma como referência uma família composta por quatro pessoas: dois adultos e duas crianças, sendo que estas consomem o equivalente a um adulto. Ou seja, equivale ao custo total de três cestas básicas.
“Com base no total apurado para a cesta mais cara, a de Porto Alegre, e levando em consideração a determinação constitucional que estabelece que o salário mínimo deve ser suficiente para suprir as despesas de um trabalhador e sua família com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência, o DIEESE estima mensalmente o valor do salário mínimo necessário”, afirmou no estudo.
“Ainda assim não notei muita diferença nos preços. Hoje em dia está tudo mais caro”, reclamou a aposentada Maria Benedite Santiago, 72.