Uma manobra inesperada do Tesouro Nacional forçará as distribuidoras de energia a contratarem um empréstimo bancário maior que o previsto para cobrir o rombo em suas finanças em 2014. Essa conta mais alta será repassada ao bolso do consumidor final a partir do ano que vem.
As condições do financiamento e os bancos participantes da operação desenhada pelo governo devem ser anunciados, pelo Ministério da Fazenda. O total do empréstimo será de pelo menos R$ 10,8 bilhões, segundo, o diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Romeu Rufino.
Assim, a conta ficará R$ 2,8 bilhões acima do previsto pelo governo quando anunciou o plano de socorro para as distribuidoras de energia, no mês passado.
“Podemos dizer que R$ 10,8 bilhões é a nova melhor estimativa para o empréstimo, mas os valores são refinados mês a mês, de acordo com a necessidade do setor”, disse Rufino.
A única alternativa, avaliou, seria um novo aporte do Tesouro para cobrir o custo das distribuidoras com a compra de energia à vista. “Mas não há nenhuma sinalização sobre isso.”
Impacto
Esse adicional no valor do empréstimo, provocado por uma alteração das regras originais, impactará diretamente as contas de luz a partir de 2015. Um empréstimo maior para salvar as distribuidoras significa necessariamente um reajuste mais elevado nas tarifas cobradas dos consumidores ao longo de um prazo menor.