Os caminhos e perspectivas para a economia baiana pautou um debate ocorrido na plenária de novembro do Conselho Regional de Economia da Bahia (CORECON-BA). Convocado pelo presidente do CORECON-BA, economista Gustavo Pessoti, o objetivo do encontro foi apresentar análises sobre cenários e possíveis rumos da economia do estado, reflexões que irão compor um documento a ser entregue ao novo governador da Bahia e para sua equipe econômica. “Mantendo a iniciativa de contribuir com estudos sobre a economia, assumimos a tarefa de organizar esse trabalho que tem a pretensão de servir como um manual para análise da economia baiana. Acredito que esta obra vai estimular o debate a cerca dos gargalos que precisam ser enfrentados pelo poder público e potencialidades para gerar um novo ciclo virtuoso de crescimento econômico para o estado da Bahia nos próximos anos”, explica o presidente Gustavo Pessoti.
Convidados para o debate, os economistas José Sérgio Gabrielli Azevedo e Fernando Cardoso Pedrão participaram da plenária dando uma prévia dos estudos assinados por eles, que irão compor a publicação. A partir de uma retrospectiva história da estrutura econômica da Bahia, nos últimos 70 anos, José Sérgio Gabrielli defende um novo modelo com mercado interno determinante, ampliação da democracia participativa e novas alianças políticas. “Elementos de distribuição de renda e de participação vão ser cada vez mais importantes. Não significa que seremos isolados do mundo, mas o comércio interestadual e intra-estadual será mais importante que o internacional”, pontua José Sérgio Gabrielli.
Em sintonia com a ponderação de Gabrielli, Fernando Pedrão ressaltou o potencial do interior do estado para a economia. De acordo com o economista, numa revisão conceitual, o desenvolvimento se sustenta no equilíbrio entre a formação de capital e a geração de emprego e, neste aspecto, o mercado regional tem muito para contribuir. “Há uma formação de capital no interior da Bahia, e de certa relevância. Mas é preciso pensar um programa de governo que ofereça opções de investimentos. Uma maneira de interiorizar a capitalização do estado para promover emprego”, explica, acrescentando ainda que a Bahia não vai mudar o cenário do desemprego compulsório, apenas com instalação de empresas estrangeiras, sem que haja uma legislação que as obriguem a montar indústrias, a gerar emprego e renda para a população.
Além de reflexões dos economistas Sérgio Gabrielli e Fernando Pedrão, a publicação A economia baiana em análise retrospectiva e perspectiva conta ainda com artigos assinados por Denis Veloso da Silva, economista e assessor técnico da Coordenação de Contas Regionais e Finanças Públicas da Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), Fernanda Calasans Costa Lacerda Pessoti, economista professora assistente do curso de Economia da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB), José Murilo Philigret de Oliveira Baptista, economista e professor da Faculdade de Ciências Econômicas da UFBA, Noelio Dantaslé Spinola, economista, editor da Revista de Desenvolvimento Econômico e professor titular da pós-graduação (Mestrado e Doutorado em Desenvolvimento Regional e Urbano) da Universidade Salvador (Unifacs) e Gustavo Pessoti, economista e professor adjunto do curso de Ciências Econômicas da Universidade Salvador (Unifacs). Contará ainda com a veiculação de texto original de Rômulo Almeida, advogado e economista autodidata, ex-assessor econômico de Getúlio Vargas e primeiro presidente do Banco do Nordeste do Brasil. A obra completa será lançada pelo CORECON-BA em 2015.