O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) de Salvador apresentou, em outubro, elevação de 0,24%, variação inferior à apurada no mês setembro que foi de 0,63%. Em outubro de 2013, o IPC havia apresentado variação de 0,20%, segundo dados da Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), autarquia vinculada à Secretaria do Planejamento (Seplan).
No acumulado dos últimos 12 meses (nov. 2013-out. 2014), a taxa situou-se em 6,88%, resultado superior ao acumulado nos 12 meses imediatamente anteriores (out. 2013-set. 2014), que foi de 6,84%.
Em outubro de 2014, os produtos e serviços que tiveram maiores contribuições positivas na formação da taxa, com suas respectivas variações de preços, foram: Gasolina (1,92%), Pacote turístico (5,02%), Televisor (19,17%), Cabeleireiro (4,05%), Cruzeiro marítimo (6,12%), Móvel para sala (2,05%), Aluguel residencial (0,61%), Pão francês (1,00%), Gás de cozinha (botijão) (1,10%) e Condomínio (0,91%). Em contrapartida, os produtos cujos preços exerceram maiores pressões negativas foram: Camiseta, blusa e blusão femininos (6,37%), Empregado doméstico (2,44%), Móveis para copa/cozinha (21,98%), Automóvel novo (0,55%), Feijão mulatinho (7,66%), Cebola (13,10%), Lingerie (8,31%), Short infantil (13,99%), Tênis de adulto (2,33%) e Feijão rajado (2,83%).
Dos 375 produtos e serviços pesquisados mensalmente pela SEI, 173 registraram alta nos preços, 97 não tiveram alterações e 105 registraram decréscimos.
Levando-se em conta apenas os reajustes individuais, os produtos cujos preços mais aumentaram em outubro do ano corrente foram: televisor (19,17%), maracujá (13,20%), cenoura (12,28%), cortina (8,16%), abacaxi (7,86%), laranja pêra (7,46%), fígado bovino (6,78%), cruzeiro marítimo (6,12%), meia masculina (6,11%) e conjunto esportivo masculino (5,23%).
Desempenho dos grupos – Dos sete grandes grupos que compõem o IPC/SEI, seis registraram acréscimos e somente um apresentou redução nos preços. No grupo de Artigos de residência (0,81%), destaca-se o acréscimo nos preços de televisor (19,17%), cortina (8,16%) e colchão (5,06%). No grupo de Despesas pessoais (0,43%), o aumento foi motivado por pacote turístico (5,02%), artigo de papelaria (4,12%), teatro (4,06%) e cabeleireiro (4,05%). Em Habitação e encargos (0,42%), ressalta-se os reajustes em água sanitária (2,33%), ferragens (1,98%) e esponja e bucha de aço (1,80%). Em Transporte e comunicação (0,29%), pesaram as variações nos preços de gasolina (1,92%), seguro voluntário de veículos (1,89%), óleo lubrificante (1,84%) e estacionamento (1,54%).
No grupo Alimentos e bebidas (0,14%), o subgrupo Alimentação no domicílio (0,17%) sofreu influência dos Produtos de elaboração primária (0,29%), destacando-se os acréscimos nos preços de fígado bovino (6,78%), cruz machado (3,41%), chupa- molho (3,10%), músculo bovino (2,70%), filé especial (2,55%), peito de boi (2,20%), patinho (2,17%), carne moída (2,15%), paulista (2,11%) e carne de carneiro (2,08).
Preço da carne volta a subir – No mês de outubro a carne de boi voltou a apresentar elevação nos preços em decorrência da continuidade do fenômeno da seca no estado da Bahia. Dados atualizados em 11 de novembro de 2014 pela Superintendência de Proteção e Defesa Civil da Bahia, órgão vinculado à Secretaria de Desenvolvimento Social e Combate à Pobreza, apontam que a seca já atingiu 175 municípios no estado da Bahia, afetando 1.840.363 pessoas. Segundo a Secretaria da Agricultura do Estado, no dia 1º de outubro a arroba do boi gordo em Salvador custava R$ 129. Já no dia 11 de novembro do ano corrente estava cotada em R$ 143, um aumento de 10,86% no preço da arroba
Ainda no grupo de Alimentos e bebidas, Produtos industrializados (0,24%) registrou aumento, em razão, principalmente, de reajuste nos preços de polpa de fruta congelada (3,17%), pimenta do reino (2,29%) e molho de tomate (2,22%). O subgrupo Alimentação fora do domicílio teve inflação de 0,09%.
Já o subgrupo Produtos in natura (-0,44%) apresentou variação negativa devido às reduções nos preços de maracujá (13,20%), cenoura (12,28%), e abacaxi (7,86%). Alimentos prontos (-0,46%) também apresentou queda.
Após três meses consecutivos de queda, cesta básica apresenta elevação de 0,25%
A ração essencial mínima definida pelo Decreto-lei 399, de 30 de abril de 1938, que estabelece 12 produtos alimentares (feijão, arroz, farinha de mandioca, pão, carne, leite, açúcar, banana, óleo, manteiga, tomate e café) e suas respectivas quantidades, passou a custar R$ 247,31 em outubro, representando uma elevação de 0,25% quando comparado com o mês de setembro de 2014.
Dos 12 produtos que compõem a ração essencial mínima, oito registraram variações positivas: Carne bovina (cruz machado) (3,41%), Farinha de mandioca (1,16%), Pão Frances (1,00%), Açúcar cristal (0,53%), Café moído (0,52%), Arroz (0,39%), Tomate (0,36%) e Leite pasteurizado (0,33%). Por sua vez, três registraram variações negativas: Banana-prata (6,63%), Feijão rajado (2,83%) e Óleo de soja (2,42%). Somente a Manteiga permaneceu estável.
No mês em análise, o tempo de trabalho necessário para se obter a cesta básica foi de 89 horas e 06 minutos, e o trabalhador comprometeu 37,13% do salário mínimo líquido para adquirir os 12 produtos da cesta.