As exportações baianas em agosto atingiram US$ 812,8 milhões, superando em 9,1% igual mês do ano passado. O crescimento das vendas de derivados de petróleo em 95,4%, principalmente para Cingapura e para a Argentina, e de petroquímicos em 35,2% para o México e Coréia do Sul sustentaram o crescimento das vendas externas no mês. Contribuíram também a melhora nos preços externos dos minerais, sobretudo dos metais não ferrosos como cobre e níquel que tiveram incremento de 120% e 100%, respectivamente, em suas vendas em agosto.
O resultado positivo do mês, entretanto, não foi suficiente para reverter a queda das exportações no acumulado do ano que chega a 9,6%, atingindo US$ 6,14 bilhões. As receitas com as commodities agrícolas recuaram 2,9% tanto pela queda no volume exportado (-5%) quanto pela tendência de queda nos preços. Já os produtos manufaturados enfrentam fraca demanda externa e perda de competitividade tanto pelo câmbio sobrevalorizado, quanto pelos custos de produção mais elevados, recuando 13% no período.
Como resultado da recuperação lenta da economia global, os principais mercados para as exportações baianas seguem no vermelho. O declínio da atividade econômica na China, e na zona do euro ainda não foi compensado por resultado melhor do que o esperado nos EUA e no Japão, enquanto que na América Latina, a Argentina, principal parceiro comercial, segue com grandes dificuldades econômicas. Neste cenário, a Bahia registrou até agosto queda nas vendas para todos os países citados: China (-2,9%); EUA (-6,4%); Japão (-12,7%); UE (-23,8%); e Argentina (-29,4%).
IMPORTAÇÕES
Do outro lado da balança, o desempenho do setor automotivo, em crise no mercado doméstico, influiu na queda geral das importações do mês. Houve redução de 20% nos desembarques de veículos, partes, peças e componentes na comparação com igual mês do ano passado. Também caíram as importações de derivados de cobre (catodos e fios) em 81% e fertilizantes em 22,4%.
No geral as importações em agosto atingiram US$ 737,6 milhões com uma redução de 3,8% ante igual mês do ano anterior. Entretanto, ao contrário das exportações, no acumulado do ano até agosto, as importações superam em 9,6% as compras externas efetuadas pela Bahia na comparação com o mesmo período de 2013.
Num reflexo da baixa demanda doméstica, a importação de bens de consumo recuou 5,2%, na comparação de agosto em relação a igual mês do ano passado. Num movimento que mostra queda de investimento, a importação de bens de capital teve novo recuo, com queda de 20,1%, retração bem maior que o recuo médio de 4% no acumulado até o oitavo mês.
As quedas nas compras de bens de consumo e de bens de capital em agosto são resultado da desaceleração da economia neste ano e podem ter chegado ao seu recuo máximo para um mês em 2014, já que há uma forte correlação positiva entre esses setores, o consumo doméstico e o nível de produção da indústria.