O Produto Interno Bruto a preços de mercado (PIBpm) divulgado pela Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI/Seplan), referente ao segundo trimestre do ano de 2014, sinaliza expansão na economia baiana de 1,56% em relação ao mesmo período do ano anterior. Na composição do PIB, observa-se crescimento de 0,8% no Valor Adicionado a preço básico (VA) e de 8,2% no Imposto sobre Produtos Líquidos de Subsídios. Na comparação entre o segundo trimestre e o primeiro trimestre de 2014, houve aumento de 0,5%, levando-se em consideração a série com ajuste sazonal.
Foi fundamental, em termos absolutos, para o crescimento da atividade econômica baiana em relação ao segundo trimestre de 2013, a alta de 14,0% do setor agropecuário, proveniente da recuperação da safra de grãos, mais especificamente milho, soja e algodão. O setor de serviços cresceu 0,5%, com alta no comércio de 2,2% e expansão nos transportes de 2,9%. A administração pública, principal segmento na estrutura do PIB baiano, representando quase 20,0% da atividade econômica do estado, apresentou queda de 1,0% no segundo trimestre. Por outro lado, mesmo com a alta da indústria extrativa mineral (4,1%) e da construção civil (2,4%) no trimestre, o setor industrial, mais uma vez no ano, apresentou queda (-1,7%), puxado pela retração da indústria de transformação (-5,8%) e da produção e distribuição de eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza urbana (-0,6%).
No que concerne aos dados do Brasil no segundo trimestre de 2014, na comparação com o mesmo período de 2013, os cálculos realizados pelo IBGE apontam queda de 0,9% no PIB. O Valor Adicionado a preços básicos caiu 0,7% e os Impostos sobre Produtos Líquidos de Subsídios recuaram em 1,9%. Na comparação com o trimestre imediatamente anterior, eliminadas as influências sazonais, a economia nacional teve uma queda de 0,6%.
Dentre os setores que contribuem para a geração do Valor Adicionado, a Agropecuária apresentou estabilidade (0,0%) no segundo trimestre em comparação a igual período do ano anterior. Resultado explicado pelo desempenho de alguns produtos que possuem safra relevante no trimestre, visível na estimativa do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA).
O setor industrial apresentou queda de 3,4%, justificado pela retração de 5,5% da indústria de transformação e da construção civil com redução de 8,7%. Positivamente, em relação ao segundo trimestre de 2013, estão eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza urbana (1,0%) e extrativa mineral (8,0%). O setor de serviços registrou variação positiva de 0,2% na mesma comparação, com altas na administração pública (1,3%) e no transporte (0,9%). Já na atividade de comércio houve queda de 2,4%.
Primeiro semestre de 2014
A atividade econômica baiana registrou expansão de 1,64% no primeiro semestre de 2014, em comparação com o mesmo período do ano anterior. Fato justificado pela alta de 0,84% no Valor Adicionado a preço básico (VA) e 7,6% no Imposto sobre Produtos Líquidos de Subsídios. Além disso, o destaque entre os grandes setores econômicos ficou por conta da agropecuária, acumulando, nos seis primeiros meses do ano, expansão de 14,9%.
A indústria registrou queda na transformação (-3,7%) e na produção e distribuição de eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza urbana (-1,4%). Já a extrativa mineral cresceu 4,6%, puxada pelo aumento na produção de petróleo, e a construção civil, alta de 3,6% associada a diversas obras públicas encaminhadas em todo o estado.
Quanto ao crescimento do setor de serviços (1,5%), o destaque ficou por conta do comércio, que apresentou alta de 5,2%. Já a administração pública registrou queda de 0,6%, fato justificado pela necessidade de adequação das despesas governamentais, o que demandou um determinado nível de contingenciamento, influenciando diretamente no desempenho da atividade no PIB.
Em âmbito nacional, o PIB cresceu 0,5% no primeiro semestre. O Valor Adicionado a preços básicos aumentou 0,5%, e o Imposto sobre Produtos Líquidos de Subsídios, 0,2%. Os destaque são: o setor agropecuário, com alta de 1,2% que pode ser explicado pelo desempenho de alguns produtos que possuem safra relevante no trimestre e pela produtividade. Os que registraram crescimento na estimativa de produção anual, foram: soja (6,0%), arroz (4,4%), mandioca (10,4%) e algodão (25,4%) e o setor dos serviços com expansão de 1,1%, justificado pelas taxas crescentes da administração pública (1,6%) e transporte (2,4%).
Agropecuária é o destaque da economia baiana no primeiro semestre
A produção baiana de grãos irá apresentar uma super safra agrícola em 2014. De acordo com a sexta avaliação do LSPA, deve atingir um volume superior a 8,7 milhões de toneladas, 44% maior que a verificada em 2013. Os dados são do IBGE e sinalizam a recuperação da agricultura, após a terrível seca que assolou boa parte do estado. Observa-se também, com a divulgação dos dados em relação a 2013, o aumento de produtividade em quase todas as colheitas, a ampliação na área plantada (14,1%) e na área colhida (21,3%). Os destaques em relação a 2013 ficam por conta do milho, com produção física de 3,1 milhões e crescimento de 50,5%; soja com quase 4 milhões de toneladas, crescimento de 44%; e o algodão com expansão de 31,7%.
Mesmo apresentando queda de 0,9%, a cana-de-açúcar trouxe um resultado melhor neste levantamento, pois sua estimativa anterior para o ano era retração de 12%. Corrobora com essa melhora no quadro da cultura o aumento da área plantada de 2,3%, ante retração de 15,3% no levantamento anterior feito pelo IBGE. Nos primeiros meses de 2014, o café também apresentava estimativa pessimista para o final desse ano, entretanto no sexto levantamento observou-se uma mudança nessa tendência e sinaliza alta de 12%.
Queda na Indústria
No primeiro semestre do ano, de acordo com a nova série de índices mensais da Pesquisa Industrial Mensal Regional (PIM-PF), realizada pelo IBGE, a produção da indústria de transformação baiana registrou, em relação ao mesmo período do ano anterior, queda de 5,1%, e a indústria geral, retração de 4,5%. De acordo com a pesquisa dos doze segmentos da indústria geral, sete influenciaram negativamente no período com destaque para veículos que registrou queda de 34,3%; equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-43,2%); metalurgia (-5,3%) e couros, artigos para viagem e calçados (-7,4%). Positivamente, destacaram-se coque, produtos do petróleo e biocombustíveis (3,2%) e Outros produtos químicos (4,5%). No que tange ao segundo trimestre de 2014 em relação ao mesmo período do ano anterior as retrações foram de 7,5% na transformação e 6,9% na indústria baiana.
Estabilidade nos Serviços
Com base nos indicadores de desempenho do comércio varejista segundo grupos de atividade, divulgados recentemente pela Pesquisa Mensal do Comércio (PMC) do IBGE, o volume das vendas no segmento cresceu 7,1% no primeiro semestre.
Pode-se afirmar que o comportamento das vendas nesse semestre foi determinado pelo desempenho de diversos segmentos. Entre os mais importantes tem-se: combustíveis e lubrificantes (9,1%); hipermercados e supermercados (6,1%); móveis e eletrodomésticos (6,6%); artigos farmacêuticos (20,7%) e outros artigos de uso pessoal e doméstico (17,6%) – em parte, devido a promoções e liquidações realizadas pelos lojistas para escoar os estoques. Outra atividade que merece destaque pelo seu grau de importância é veículos e motos, partes e peças, porém essa atividade apresentou retração de 5,7% nos seis primeiros meses do ano devido ao crédito mais seletivo por parte das financeiras, diante do nível de endividamento.
Perspectivas para o ano 2014
Com os resultados alcançados no primeiro semestre do ano, a equipe de Contas Regionais da SEI revisou para entre 2,0% e 2,5% a projeção de crescimento econômico do estado em 2014. A perspectiva é de manutenção do ritmo no terceiro trimestre na mesma base do segundo e uma leve melhora no quarto trimestre do ano.
A agropecuária deve continuar sendo o setor com maior dinâmica ao longo do segundo semestre. Já o setor industrial, mesmo com uma expectativa de melhora, deve permanecer apresentando taxas negativas em função do contexto de crise internacional, que afeta diretamente o segmento da indústria de transformação, o carro chefe do setor industrial. No setor de serviços, espera-se um crescimento acima do registrado no acumulado do primeiro semestre, o que deve impactar no aumento da geração de postos de trabalho e na dinâmica do PIB, confirmando a ideia de que novamente a economia baiana deverá ter um crescimento do PIB superior ao da Economia brasileira em 2014.