A produção industrial de veículos automotores, reboques e carrocerias teve queda de 36,3% em junho na comparação com o mesmo mês de 2013, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). É a maior queda, nesse tipo de comparação, desde dezembro de 2008, quando recuou 51%. A produção da indústria nacional, como um todo, caiu pela quarta vez seguida, com baixa de 1,4%.
“Os veículos automotores é o principal impacto negativo destacado no total da indústria. No olhar por atividade, na comparação de junho de 2014 com junho 2013, houve queda de 36,3%. É a maior queda desde dezembro de 2008, quando havia recuado 51%”, afirmou André Luiz Macedo, gerente da coordenação de Indústria do IBGE.
De acordo com ele, o movimento de redução passou pela atividade de automóveis e caminhões e se estendeu às autopeças. Macedo explicou que o recuo nesse setor provocou efeito importante sobre outros segmentos industriais como a atividade de metalurgia, produtos químicos e plásticos.
Ou seja, a gente tem toda a cadeia da produção automobilística com comportamento de queda. Claro que é um setor importante, mas mais do que o seu peso dentro da indústria, é o encadeamento que ela tem para dentro do setor industrial de reboque e um comportamento negativo em outras atividades”, completou Macedo.
Copa do Mundo
De acordo com o órgão, o resultado foi potencializado pela Copa do Mundo, devido à redução das jornadas de trabalho e à concessão de férias coletivas no período.
“Quando se observa o mês de junho especificamente, para além daqueles fatores que já justificam o comportamento negativo do setor industrial nos últimos meses, se tem uma redução de dias úteis para o mês de junho, seja por conta de diminuição de horas de trabalho por conta dos jogos do Brasil, mas especificamente por conta dos feriados em função da Copa ter sido realizada no país”, afirmou.
O baixo nível de confiança do empresário, estoques acima do padrão habitual, evolução menor da demanda do mercado doméstico por conta do encarecimento do crédito e a menor concessão do crédito, cenário adverso dificultando as exportações e a maior penetração de produtos importados também contribuíram para a queda da produção industrial como um todo.
“Formam um conjunto de fatores que se somam à redução de dias de trabalhados para o mês de junho e que explicam muito a magnitude de queda que o mês junho acabou nos mostrando, com reduções importantes em patamares elevados em diversos setores industriais”, concluiu.
No entanto, Macedo não afirmou se a Copa do Mundo, que aconteceu entre 12 de junho e 13 de julho, também influenciará negativamente o índice em julho.
“O movimento de queda já vem sendo observado em sequencia há quatro meses. Claro que você tem um prolongamento do evento em si e também se tem alguns relatos do que a gente observa pelo noticiário o dia a dia é que algumas empresas ainda tiveram algum tipo de paralisações para esses meses, mas a influência disso para o resultado para o próximo mês a gente tem esperar apuração de todos os dados, mas é claro se tem ainda alguns dias de reduções de jornada de trabalho para os setores importantes”.