A produção industrial brasileira caiu 0,5% em março, na comparação com o mês anterior, na série com ajustes sazonais. Os dados constam da pesquisa divulgada nesta quarta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O resultado ficou acima da média das previsões de 17 consultorias e instituições financeiras ouvidas pelo Valor Data, que indicava queda de 2,6%. O intervalo das estimativas ficou entre queda de 0,5% a recuo de 3,9%.
Na comparação com março de 2013, a produção industrial brasileira caiu 0,9%. No primeiro trimestre, a indústria teve alta de 0,4% e, em 12 meses encerrados em março, avançou 2,1%.
A partir desta divulgação, o IBGE passa a apresentar os índices da produção industrial elaborados com base na Pesquisa Industrial Mensal de Produção Física reformulada, que reduziu o número de segmentos investigados e aumentou a quantidade de produtos observados no estudo. Na nova versão, foram monitorados 944 produtos fabricados em, aproximadamente, 7.800 unidades. A amostra da metodologia anterior levava em conta cerca de 830 produtos e 3.700 unidades locais.
Com a aplicação da nova base, o resultado de fevereiro foi revisado, para estabilidade em relação a janeiro. Inicialmente, o IBGE havia anunciado crescimento de 0,4% nessa comparação.
Peso negativo dos veículos
A queda de 0,5% da produção industrial em março, na comparação com fevereiro, descontando-se os efeitos sazonais, foi fortemente influenciada pelo menor dinamismo do setor de veículos automotores. Isso afetou tanto a fabricação de bens do capital, por meio de caminhões, quanto a de bens duráveis, com automóveis. A avaliação é do gerente da coordenação da indústria do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), André Macedo.
Nesse confronto, a fabricação de bens de capital caiu 3,6%, e a de bens de consumo duráveis recuou 2,5%. As duas categorias de uso representam 15,6% da indústria nacional, já na nova ponderação da pesquisa. Já a produção de bens intermediários subiu 0,1%, enquanto a de bens de consumo semi e não duráveis ficou estável.
“A indústria automotiva vem mostrando um comportamento de menor intensidade. Em março não foi diferente. Isso pesou no resultado tanto de bens de capital quanto de bens duráveis, já que se observarmos as outras categorias de uso, bens intermediários e semiduráveis e não duráveis, o resultado ficou estável para ambos”, afirmou Macedo.
A produção de veículos automotores, reboques e carrocerias caiu 2,9% em março ante ao mês anterior, na série livre de influências sazonais. Com a nova ponderação da pesquisa, o setor aumentou sua participação na indústria do país, de 7% para 10%.
Em relação a março de 2013, a produção de bens de capital recuou 8,4%, a de bens intermediários caiu 0,1%, ao passo que a produção de bens de consumo duráveis recuou 4,6% e a de bens de consumo semi e não duráveis avançou 1,7%.
No primeiro trimestre, a produção de bens de capital caiu 0,9%, a de bens intermediários recuou 0,6%, enquanto a de bens de consumo duráveis subiu 3,4%, e a dos bens de consumo semi e não duráveis avançou 2,8%.