A Confederação Nacional da Indústria (CNI) reduziu sua previsão de crescimento no Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro de 2014, para 1,8%, em vez de 2,3% como o previsto no fim do ano passado para o período. A nova estimativa consta do “Informe Conjuntural”, pesquisa trimestral realizada pela entidade.
O crescimento menor terá como responsável a própria indústria, já que para a entidade patronal o PIB do setor crescerá 1,7% neste ano, ante projeção anterior de avanço de 2%.
O ambiente econômico menos favorável também fez a CNI cortar pela metade a projeção para a formação bruta de capital fixo (FBCF), medida do que se investe em máquinas, equipamentos e na construção civil. No fim de 2013, a CNI previu que o indicador cresceria 5%. Agora, a indústria acredita que ele avançará 2,5%.
“A alta da produção industrial nos primeiros dois meses não assegura crescimento maior no ano”, avaliou a CNI. Por duas razões. Há um efeito estatístico devido ao Carnaval. Assim, o primeiro bimestre de 2014 teve mais di as úteis do que o primeiro bimestre de 2013. Além disso, a entidade industrial apontou o aumento da taxa de juros empreendida pelo Banco Central como um moderador da atividade neste ano.
A CNI também apontou preocupação com o rebaixamento da nota soberana brasileira anunciada pela Standards & Poor’s (S&P) no mês passado. O movimento “demonstra que correções de rumo se fazem necessárias e que é preciso melhorar a qualidade do mix de política fiscal e monetária, de modo a não prejudicar a dinâmica da dívida pública”.
Outro ponto que preocupa a indústria é a questão energética. “A solução para atender à demanda durante o quadro hídrico adverso implicou custos fiscais no curto prazo e no aumento das tarifas no médio prazo; e ainda persistem incertezas sobre o risco de racionamento”, avaliou, em nota, a CNI.