O Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) decidiu na noite desta quarta-feira (28) elevar a taxa básica de juros em meio ponto percentual, passando de 8,5% para 9,0% ao ano. A decisão foi tomada por unanimidade.
“Dando prosseguimento ao ajuste da taxa básica de juros, o Copom decidiu, por unanimidade, elevar a taxa Selic para 9,00% ao ano, sem viés”, expressou o Comitê em comunicado divulgado à imprensa. “O Comitê avalia que essa decisão contribuirá para colocar a inflação em declínio e assegurar que essa tendência persista no próximo ano”.
O aumento da taxa de juros correspondeu às expectativas do mercado. A expectativa de elevação para 9% ao ano constou nas últimas nove edições do boletim Focus, publicado semanalmente pelo Banco Central – a mais recente delas divulgada na última segunda-feira (26).
A próxima reunião do Copom acontecerá nos dias 08 e 09 de outubro e será a penúltima de 2013. Ainda de acordo com a última edição do boletim Focus, o mercado espera que a taxa de juros termine o ano num patamar de 9,5%.
Inflação
A elevação da taxa básica de juros é utilizada pelo Copom como ferramenta de combate à inflação. Tomando como base o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o governo estabeleceu para a inflação a meta de 4,5% – com margem de dois pontos percentuais para mais ou para menos.
Até o mês de julho de 2013 a inflação acumulada no ano foi de 3,18%. Já a inflação dos últimos 12 meses foi de 6,27% – ainda dentro da meta, mas próxima do teto. Em três dos últimos quatro meses, porém, o acumulado dos 12 meses anteriores superou o teto da meta, tendo atingido 6,69% em junho.
Poupança
Outra consequência da elevação dos juros é a mudança na remuneração das cadernetas de poupança. Com os juros acima de 8,5% o rendimento passa a ser de 0,5% ao mês, mais a Taxa Referencial. Desde o ano passado, quando foi editada a Medida Provisória 567, a remuneração passou a ser de 70% da taxa básica de juros quando esta estiver num patamar igual ou inferior a 8,5% ao ano – situação ocorrida até ontem.