A distribuição do gás natural, nos moldes que é praticada no Brasil, configura um mercado ainda em fase de consolidação. Essa característica de mercado em desenvolvimento abre amplas perspectivas de expansão. O futuro aponta para mudanças na relação com o consumo de energia e o gás natural pode ser considerado como o combustível da transição entre os combustíveis fósseis poluentes e os renováveis.
A Companhia de Gás da Bahia – Bahiagás está antenada com as mudanças e vem planejando o seu futuro com a ideia da estruturação de modais de eficiência energética, onde o gás natural possa ser utilizado, concomitantemente, com outras fontes de energia renováveis. A Bahia tem um cenário extremamente promissor para o mercado do gás natural. Foi aqui, onde tudo isso começou. A indústria brasileira de exploração de petróleo e de gás natural tem o seu marco inicial cravado na história do território baiano, na metade do século passado. Sinais recentes apontam para a longevidade desta relação.
É do conhecimento de todos que a produção dos poços terrestres baianos (onshore) vem experimentando, nos últimos anos, um declínio nos níveis de extração. Isso, em virtude do custo associado à exploração dos campos que já passaram pelo pico de produção. As reservas destas áreas são inviáveis economicamente para os padrões das grandes empresas. A Petrobras, detentora do monopólio da exploração, ao deixar de explorar estes poços, denominados de maduros, provoca a diminuição da produção nas regiões que abrangem os referidos campos, como é o caso do Recôncavo baiano.
No entanto, esse cenário vem passando por mudanças significativas, com a realização dos leilões de campos maduros e marginais, organizados pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Os operadores independentes têm demonstrado um expressivo interesse pela exploração destas áreas e estão, em cada nova rodada de leilões, adquirindo novos blocos exploratórios. Isso já aponta para uma concreta revitalização do processo produtivo onshore nesta região.
Somente na Bacia do Recôncavo, maior área de exploração terrestre do País, são 83 campos produtores, que contribuem com a soma da produção do energético nacional. A Bacia do Tucano Sul possui cinco campos produtores, com informações de um número considerável de poços com produção exclusiva de gás natural. Em 2017, os 242 campos terrestres, localizados nas oito bacias sedimentares nacionais, produziram o equivalente a 22 milhões de metros cúbicos de gás natural por dia. E, segundo a Empresa de Pesquisa Energética do Ministério de Minas e Energia (EPE/MME), ainda existe margem para o crescimento dessa produção, com a entrada em cena dos novos exploradores, e com o aprofundamento dos estudos geológicos destas áreas.
A descoberta, em 2000, e a entrada em operação, em 2007, do Campo de Manati (Bacia de Camamu), no Litoral Sul do estado, inaugurou a produção offshore na Bahia. O Campo de Manati é responsável pelo atendimento de cerca de 30% da demanda da Região Nordeste e possui capacidade média de produção de 6 milhões de metros cúbicos por dia. A estimativa para este ano de 2018 é de 4,8 milhões de metros cúbicos por dia, segundo relatório da Queiroz Galvão Exploração e Produção, uma das empresas participantes do consórcio de exploração da área.
A Bahia conta, também, com o potencial de transporte do Gasoduto Sudeste-Nordeste (Gasene), sistema de gasodutos que conecta o Terminal de Cabiúnas (Macaé – Rio de Janeiro) ao município de Catu (Bahia). O equipamento, operado pela Transpetro, subsidiária da Petrobras, tem capacidade de escoamento de aproximadamente 20 milhões de metros cúbicos por dia. O Gasene é o maior gasoduto construído no Brasil, desde 2003, com 1.387 km de extensão, tendo, aproximadamente, 870 km em território baiano.
Por fim, o estado conta, ainda, com a operação do Terminal de Regaseificação da Bahia (TR-BA). A instalação do equipamento na Baia de Todos os Santos foi resultado de intensa mobilização da Bahiagás, junto ao Governo do Estado, em busca de condições complementares para viabilizar o empreendimento. Tarifas portuárias e aduaneiras mais vantajosas, somadas ao diferimento do ICMS das importações, para o gás natural consumido na Bahia, foram determinantes para a concretização do terminal em águas baianas.
Com capacidade média de produção diária de 20 milhões de metros cúbicos, o TR-BA recebe navios carregados com Gás Natural Liquefeito (GNL) e distribui o energético para a malha de dutos da Bahia e para o Gasene, criando a possibilidade de exportação do gás natural para os demais estados da Região Nordeste e, em condições favoráveis de mercado, até invertendo o sentido do gasoduto da Petrobras para o transporte do energético para o Sudeste do País.
A conjunção de todos estes fatores coloca a Bahia na condição de um dos principais polos de movimentação de gás natural do País. Além de todas estas condições a favor do desenvolvimento do setor, a Bahiagás deu um passo adicional importante, se habilitando, junto à ANP e ao MME, como importadora e comercializadora do energético, tornando-se plenamente capaz de fazer uso de todo o potencial do segmento no estado. Este cenário permite à Bahia receber qualquer tipo de empreendimento, com total garantia de utilização de um energético eficiente, economicamente mais vantajoso e ecologicamente mais aceito.
A Bahiagás já atende mais de 52 mil clientes no estado, nos segmentos industrial, residencial, comercial e automotivo. A Companhia tem empreendido esforços para levar o gás natural para o setor da mineração, no Sudoeste do Estado. A Região Norte também faz parte dos planos da Bahiagás, que estuda, junto à Companhia Pernambucana de Gás (Copergás), os meios para viabilizar a chegada do energético no polo econômico de Juazeiro/Petrolina. Além destas, outras fronteiras econômicas estão sendo observadas. Valendo-se da evolução tecnológica no processo de liquefação do gás natural, a Bahiagás planeja atender regiões remotas do estado, através da implantação de pequenas plantas de Gás Natural Liquefeito (GNL).
A Bahiagás tem total clareza do potencial deste mercado e está saindo na frente para garantir o uso pleno desta capacidade pela Bahia e pelos baianos. Todas as medidas planejadas e adotadas pela Companhia visam ao fortalecimento do mercado de gás natural e à distribuição do energético com segurança, rentabilidade e responsabilidade socioambiental; contribuindo, assim, com o desenvolvimento socioeconômico do estado, nas suas diversas regiões.