No período de janeiro a setembro de 2013 as exportações brasileiras de rochas ornamentais somaram US$ 979,24 milhões e 2.013.383,11 toneladas, já quase igualando o total exportado em todo o ano de 2012 (US$ 1,06 bilhão e 2,24 milhões t).
O incremento registrado frente ao período janeiro-setembro/2012 foi de 21,60% em faturamento e de 18,38% em volume físico, constituindo a variação mais expressiva dos últimos três anos e configurando uma taxa de crescimento superior àquela esperada como o “novo normal” para as exportações do setor.
Pode-se assim, de fato, projetar exportações de rochas ornamentais que totalizarão pelo menos US$ 1,3 bilhão e 2,7 milhões toneladas em 2013, o que ultrapassará os máximos atingidos antes da crise econômica internacional de 2008-2009 (US$ 1,1 bilhão em 2007 e 2,59 milhões t em 2006).
As vendas efetuadas especificamente em setembro (US$ 111,56 milhões e 211,1 mil t) foram inferiores às dos meses precedentes do período abril-agosto, apesar do que mais expressivas que aquelas do mesmo mês em anos anteriores.
A participação de rochas processadas no total do faturamento (77,83%) e do volume físico exportado (48,25%) permanece, da mesma forma, em patamares superiores aos dos dois últimos anos e bastante expressivos nas atuais condições de mercado.
Importações
As importações brasileiras de materiais rochosos naturais, para ornamentação e revestimento, somaram US$ 50,4 milhões e 79.357,55 toneladas no período de janeiro a setembro, com variação positiva de respectivamente 12,5% e 7,9% frente ao mesmo período de 2012.
As importações de materiais rochosos artificiais/aglomerados, no mesmo período, somaram US$ 36,5 milhões e 36,6 mil toneladas, com variação positiva de 2,37% em valor e negativa de 24,13% em volume físico. Pela posição 6810.91.00, não contabilizada nessas importações, foram adquiridos US$ 22,2 milhões e 106,12 mil toneladas, no período de janeiro a setembro. É possível que essas importações pela posição 6810.91.00 também representem materiais rochosos artificiais/aglomerados de revestimento.
Síntese das Exportações e Importações (Janeiro/Setembro 2013)
- Faturamento – US$ 979,24 milhões (+21,60%)
- Volume físico – 2,01 milhões t (+18,38%)
- Participação de rochas processadas no faturamento – 77,83%
- Participação de rochas processadas no volume físico – 48,25%
- Importações de materiais rochosos naturais – 79,4 mil t (+7,87%)
- Importações de materiais rochosos artificiais – 36,6 mil t (-24,13%)
- Saldo da balança comercial do setor – US$ 928,8 milhões
- Exportações efetuadas em setembro/2013 – US$ 111,6 milhões e 211,1 mil t
- Participação do faturamento das exportações de rochas no total das exportações brasileiras – 0,55%
- Projeção de faturamento e volume físico para 2013 – US$ 1,3 bilhão e 2,7 milhões toneladas.
Análise do setor
Segundo o Geólogo Cid Chiodi Filho, consultor técnico da Abirochas, “os produtos de ardósia deverão compor menos de 4% e os de quartzito foliado apenas 1% do faturamento das exportações brasileiras de rochas ornamentais em 2013, o que constitui motivo de preocupação”.
Entre os diversos produtos exportados pelo Brasil, é notável o incremento registrado para as chapas de mármore. “Sabe-se que esse incremento deve-se ao mercado dos EUA, onde aumentou a utilização de mármores para counter tops”, destaca o Cid. Contudo, o acordo bilateral de comércio agora celebrado entre a União Europeia e o Canadá poderá afetar as exportações para esse país. Outros acordos bilateriais, objetivados pela UE com países americanos, também poderão ser negativos para as exportações brasileiras de rochas ornamentais.
Para o geólogo da Abirochas, constitui motivo de preocupação a perspectiva da Itália novamente transformar-se em uma plataforma exportadora de chapas de granitos brasileiros, principalmente para o mercado norte-americano. “Devemos lembrar que a Itália é hoje o segundo principal destino das exportações brasileiras de blocos (atrás da China) e detém o segundo maior parque de serragem com teares multifios diamantados (atrás do Brasil)”, destaca.
Como assinalado no último Balanço das Exportações (Informe Abirochas 14/2013), destaca-se que o esforço empresarial de modernização do parque brasileiro de serragem de chapas está evidenciando efeitos muito positivos na produtividade e competitividade das empresas exportadoras do setor.
“Atualmente, somos, sem dúvida, um dos mais competitivos polos mundiais de processamento de chapas de grandes dimensões, devido à maciça incorporação de teares diamantados. Isto é muito importante, na medida em que a agregação tecnológica impõe-se como uma das únicas alternativas para melhoria de performance de segmentos de atividade ainda intensivos em mão de obra”, explica o consultor.
Cid Chiodi Filho acredita, ainda, que o Brasil deveria promover todos os esforços possíveis e conceder benefícios para as suas exportações de chapas polidas, lembrando-se que as chapas são o melhor produto nacional do setor no mercado externo. “O desempenho das exportações do setor de rochas é, a propósito, um dos mais expressivos entre os segmentos industriais brasileiros exportadores”, conclui.
Fonte: http://www.abirochas.com.br/noticia.php?eve_id=2071