Em Outubro, puxadas pelos embarques de soja, cuja produção estimada em 4,5 milhões de toneladas baterá recorde em 2015, as exportações baianas conseguiram superar em 68% os embarques em outubro relação à igual período de 2014. Este aumento expressivo no volume exportado, entretanto, não gerou aumento equivalente nas receitas cambiais, que tiveram recuo de 0,9% no mês, em decorrência da queda nos preços internacionais de diversos produtos, especialmente commodities agrícolas e minerais, pressionando para baixo os valores dos embarques. As informações são da Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI) autarquia da Secretaria do Planejamento (SEPLAN).
A desvalorização nos preços dos produtos exportados, que alcançou no mês, em média de 40,9% comparados a outubro do ano passado, atinge os principais segmentos exportadores do estado como o de derivados de petróleo, soja, celulose, cobre, algodão e petroquímicos, sendo o principal fator que derrubou as vendas da Bahia ao exterior em 2015.
Considerando todos os produtos exportados pela Bahia até outubro, a quantidade vendida cresceu 7,1%, mas as receitas recuaram 15,7%, atingindo US$ 6,68 bilhões, resultado do efeito preço na maioria dos produtos exportados.
Mesmo com a desaceleração de sua economia, que vem diminuindo a demanda por matéria-prima não só brasileira mas de todo o mundo, e tem refletido na queda dos preços globais das commodities, a China, continua a ser o principal mercado para os produtos baianos no exterior com crescimento de 29% no período. Todos os outros principais parceiros do estado como EUA, União Europeia e MERCOSUL registraram quedas no ano.
“Mesmo com a desvalorização acentuada de preços, a expectativa é de que, a continuar o câmbio nos patamares atuais, os exportadores, principalmente os de commodities agrícolas, garantam rentabilidade em suas operações, assegurando mais um ciclo de margens positivas e um estímulo importante para alavancar a produção no estado” ressaltou Arthur Cruz, Coordenador de Comércio Exterior da SEI.
IMPORTAÇÕES
As importações, que sofrem o efeito da alta do dólar e da retração da atividade doméstica, tiveram nova queda em outubro de 25,3% pelo quinto mês consecutivo. No ano, a queda chega a 5,7%, com apenas a categoria de combustíveis apresentando crescimento de 8,1%, ainda por conta das compras de GNL – Gás Natural Liquefeito.
Motivada principalmente pela queda da atividade econômica e seus reflexos no volume de produtos importados, a balança comercial do estado vem reduzindo seu déficit que já chegou a ser de US$ 1,1 bilhão no primeiro semestre e, até outubro, reduziu-se a US$ 405,1 milhões.