Impulsionada pela depreciação do real em relação ao dólar, pela recuperação de preços dos produtos petroquímicos no mercado internacional e por uma elevação no volume de vendas em 53% no mercado externo, a petroquímica baiana Braskem anunciou ontem que encerrou o segundo trimestre do ano com um Ebitda – lucro antes do pagamento de juros e impostos – de R$ 2,6 bilhões.
O resultado representa uma elevação de 76%, na comparação com o desempenho no primeiro trimestre do ano e é o melhor desempenho trimestral já apresentado pela empresa. O presidente da companhia, Carlos Fadigas, classificou como “sólido desempenho” os resultados obtidos pela empresa no período. Entre os destaques do período, Fadigas ressaltou a eficiência operacional das unidades de produção, que alcançaram uma média de 93%.
Com a exclusão da planta no Rio de Janeiro, que enfrentou problemas em relação ao fornecimento de matéria-prima, o desempenho dos complexos industriais na Bahia, no Rio Grande do Sul e em São Paulo alcançou a média operacional de 97%.
Compensação Em relação às vendas, a queda no mercado interno, provocada pelo cenário de crise econômica que atinge o Brasil, foi compensada pelo desempenho externo, ressaltou Fadigas. “A nafta mais barata deu competitividade, além disso, os mercados dos Estados Unidos e da Europa cresceram no período”, avaliou, lembrando que no caso europeu houve crescimento em diversos países e não apenas na Alemanha.
“As notícias da situação econômica na Grécia acabam encobrindo o fato de que a Europa está crescendo”, disse. “Isso não está restrito apenas à Alemanha, mas países que vinham se retraindo, como Itália, Espanha e França, têm conseguido desempenhos positivos
recentemente”, completou.
Segundo o diretor da empresa, o cenário de câmbio elevado foi positivo e é
bom para o desempenho da empresa. “O câmbio alto é muito bom para nós, o efeito sobre a dívida não preocupa. E tivemos a possibilidade de vender neste segundo semestre produtos que foram fabricados com matéria-prima comprada em um câmbio menor”, argumentou.
Alavancagem
Outro aspecto positivo destacado no desempenho da companhia pelo presidente na coletiva de ontem, foi a redução na alavancagem da empresa, medida pela divisão do total de dívidas pelo lucro operacional (Ebitda). No caso da Braskem, este índice foi de 2,27, o menor obtido pela empresa desde o ano de 2007.
No mercado interno, as vendas de resinas fabricadas pela empresa apresentaram queda de 17%, acompanhando a tendência de baixa demanda provocada pela crise. Segundo o presidente da Braskem, a expectativa para este ano é de uma redução de demanda próxima à retração da economia brasileira. “Como nós atendemos diversos setores da economia, nosso desempenho é influenciado pelo conjunto. Acreditamos em um desempenho interno em linha com o PIB (Produto Interno Bruto)”, disse.