A Petrobras vai investir menos nos próximos anos. A estatal reduziu em 37% os investimentos previstos em seu Plano de Negócios e Gestão 2015-2019, para US$ 130,3 bilhões. No plano anterior, de 2014 a 2018, os investimentos previstos eram de US$ 220,6 bilhões.
O novo Plano de Negócio foi aprovado na sexta-feira (26) pelo Conselho de Administração da estatal, segundo Fato Relevante encaminhado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM). O Fato Relevante é uma mensagem com informações importantes sobre a empresa para os acionistas e o mercado.
A companhia informou que o plano tem como “objetivos fundamentais” a “desalavancagem da companhia e a geração de valor para os acionistas”. Recentemente, a estatal divulgou que teve o primeiro prejuízo desde 1991. As perdas com esquema de corrupção, que é investigado pela Operação Lava Jato, chegaram a R$ 6,194 bilhões no ano passado.
Para melhorar a situação das contas, além de reduzir investimentos, a empresa também pretende vender bens e outros ativos – é o chamado desinvestimento.
O montante de venda previsto para este e o próximo ano soma US$ 15,1 bilhões. Deste valor, 30% serão em exploração e produção, 30% no abastecimento e 40% em gás e energia.
Em 2017 e 2018, os desinvestimentos deverão somar US$ 42,6 bilhões, incluindo reestruturação de negócios, desmobilização de ativos (venda de um bem, que poderá ser alugado em seguida) e desinvestimentos adicionais.
Investimentos
A maior parte dos investimentos – US$ 108,6 bilhões – será feita na área de exploração e produção. Deste valor, 86% serão destinados ao desenvolvimento da produção, 11% para exploração e 3% em suporte operacional.Serão investidos US$ 64,4 bilhões em novos sistemas de produção no Brasil – do total, 91% no pré-sal.
“A carteira de investimentos do Plano prioriza projetos de exploração e produção (E&P) de petróleo no Brasil, com ênfase no pré-sal. Nas demais áreas de negócios, os investimentos destinam-se, basicamente, à manutenção das operações e a projetos relacionados ao escoamento da produção de petróleo e gás natural”, informou a estatal.
Abastecimento e energia
Serão investidos, segundo comunicado, US$ 12,8 bilhões no abastecimento. Destes, 69% serão destinados à manutenção e infraestrutura, 11% à conclusão das obras da Refinaria Abreu e Lima, 10% na distribuição, e 10% no Comperj, para recepção e tratamento de gás, manutenção de equipamentos, dentre outros.
A área de Gás e Energia tem alocados US$ 6,3 bilhões, com destaque para os gasodutos de escoamento do gás do pré-sal e suas respectivas unidades de processamento.
Óleo e Gás
As metas de produção de óleo, gás natural e líquido de gás natural foram atualizados nos plano. A estatal espera produzir um total de 3,7 milhões de barris de óleo equivalente por dia em 2020, “ano no qual estimamos que o pré-sal representará mais de 50% da produção total de óleo”.
“Ações já identificadas demonstram que esse resultado pode ser alcançado por meio de maior eficiência na gestão de serviços contratados, racionalização das estruturas e reorganização dos negócios, otimização dos custos de pessoal e redução nos dispêndios de suprimento de insumos”, afirmou.
Endividamento da estatal
A relação entre endividamento líquido e Ebitda (sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) deverá cair para 3 vezes até 2018 e para 2,5 vezes até 2020, afirmou a estatal, que registrou índice de 3,86 vezes no fim de março de 2015, segundo a Reuters.
A companhia disse que projeta alavancagem líquida (relação entre o endividamento líquido e o endividamento líquido somado ao patrimônio líquido) inferior a 40% até 2018 e a 35% até 2020, ante 52% ao fim do primeiro trimestre.
Premissas
“Dentre as premissas consideradas no planejamento financeiro do Plano, destacam-se: preços dos derivados no Brasil com paridade de importação; preço do Brent (médio): US$ 60/bbl em 2015 e US$ 70/bbl no período 2016-2019”, informou.